segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A Revolta dos Malês

A Revolta dos Malês foi uma rebelião ocorrida na cidade de Salvador, Bahia, entre  25 e 27 de janeiro de 1835. Seus principais personagens foram negros islâmicos que exerciam atividades livres, conhecidos como “negros de ganho” (alfaiates, pequenos comerciantes, artesãos e carpinteiros) mas que apesar disso sofriam preconceito por sua cor, religião e condição social (ex-escravos). O termo “malê” que denomina o movimento é de origem africana,  (mais especificamente do povo iorubá) significando “o muçulmano”.
A escravidão ainda era uma prática vigente no Brasi e um dos principais objetivos do movimento era exterminá-la, assim como a imposição do catolicismo à população. Almejavam ainda o confisco dos bens dos “brancos” e a implantação de uma república islâmica, na qual o islamismo seria um fundo religioso fundamental para a sua imposição.

De acordo com o plano, escrito em árabe, os revoltosos sairiam do bairro de Vitória e se reuniriam com malês vindos de outras regiões da cidade. Já haviam obtido algumas armas e com um maior número delas,  invadiriam os engenhos de açúcar e libertariam os escravos

O plano da revolta foi revelado para um juiz de paz local.  Os soldados das forças oficiais soldados cercaram os revoltosos na região da “Água dos Meninos”. Violentos combates aconteceram, morrendo soldados e revoltosos, mas os militares, melhor organizados e armados, derrotaram os insurgentes. Esses foram presos e julgados, sendo os líderes condenados a pena de morte . Outros foram condenados a trabalhos forçados, açoites e degredo (expulsão do Brasil, retornando à África).
O governo local, para evitar outras revoltas semelhantes, decretou leis proibindo a circulação de muçulmanos no período da noite bem como a prática de suas cerimônias religiosas.




Bibliografia: REIS, João José.  Rebelião Escrava no Brasil: a História do Levante dos Malês (1835). São Paulo: Brasiliense, 1986.

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