quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

“Occupy Wall Street” e o movimento negro nos Estados Unidos

(OWS) é um movimento de protesto que iniciou em 17 de setembro de 2011 no Zucotti Park, localizado no distrito financeiro de Wall Street,  iniciado pelo grupo de ativistas canadense Adbuster. Tem como objetivo lutar contra a exclusão social, a desigualdade econômica, o desemprego elevado e os lucros exorbitantes, arrecadados pelas grandes corporações norte-americanas. Esse último ponto é fundamental para se entender o significado simbólico de ocupar a área escolhida, que congrega diversas sedes das principais financeiras que operam no país, e obtêm seus rendimentos a custa da exploração monetária (juros e taxas abusivas cobradas pelos serviços que oferecem aos cidadãos) além de envolvimento em processos de corrupção. O slogan de protesto é “nós somos os 99%”, uma alusão ao fato que 1% dos norte-americanos concentra altíssimos índices de riqueza e renda, proporção que vem aumentando desde 2007 (ano que marca mais fortemente o início da recessão econômica norte-americana), enquanto o resto da população está em condições sócio-econômicas precárias. Na esteira OWS, ocorreram outras manifestações em países europeus, inclusive no Brasil.
Alguns núcleos ligados ao movimento negro americano julgaram importante participar dessa ocupação. Glen Ford, editor do Black Agenda Report, importante veículo de comunicação de temáticas raciais e políticas, afirmou

 “O poder hegemônico e parasitário das finanças se desconectou da economia real. Ele não mais está no negócio de fabricar e vender cordas para a população se enforcar, ou qualquer outra coisa. Ele agora transforma o mundo em capital, para alimentar o capital, para a transformação do capital. Ele já não pode coexistir com a vida humana. Portanto, a virtuosa demonização de Wall Street, a sede simbólica e literal da classe que é a ameaça primária à existência da humanidade, é um belo lugar para começar um movimento de massa.”

Religiosos, líderes comunitários, políticos, atletas, empresários, artistas, ligados também à defesa dos direitos civis para afro-americanos também acabaram por se engajar no OWS.

Em geral todos esses grupos reivindicam fundos em favor dos desempregados, melhores condições de trabalho, reativação da economia vigilância e impostos severos sobre esses conglomerados empresariais, que posteriormente reverteriam em benefícios sociais. Mas como colocam os ativistas negros, se as condições de vida dos americanos estão ruins, a dos afro-americanos, em virtude do preconceito racial, da sua marginalização nos espaços urbanos e no mercado de trabalho, é ainda pior. Por isso, a luta para a consolidação dos seus direitos, em uma sociedade mais fraterna e igualitária, é permanente.



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