Quando entrei no setor de Documentação e Memória da Carris, em maio deste ano, uma das responsabilidades delegadas a mim foi a agenda do projeto itinerante Vidhas. Enquanto estagiário de Museologia, achei interessante entrar em contato com instituições e ver como funciona a dinâmica entre o setor que oferece uma exposição e as escolas que irão recebê-la, além do crescimento pessoal através da experiência que seria adquirida.
A prioridade, primeiramente, foram as escolas da rede estadual e municipal, porém as instituições da rede privada não deixaram de ser contempladas, não restringindo o acesso à exposição. Após 10.500 crianças atendidas no primeiro semestre e a agenda praticamente lotada para o segundo, reservei uma data e inclui o Colégio Salesiano Dom Bosco no circuito do Vidhas. A relação com essa escola é especial e se consolidou ao longo dos quinze anos em que estive lá, começando no maternal e saindo, somente, quando me formei no Ensino Médio. Levar a exposição, além de ser parte do trabalho, foi uma forma de agradecimento por tudo aquilo que me foi passado.
A realidade dos alunos do Dom Bosco, assim como de outras escolas particulares, difere muito das escolas públicas de periferia. O número de estudantes negros ainda é muito pequeno nas instituições privadas, ficando evidente a desigualdade social e econômica. Logo, foi muito importante levar um trabalho de conscientização ao colégio onde estudei e construí minha história, valorizando e apoiando uma instituição de ensino que está preocupada em mostrar para seus alunos as diferentes realidades que compõem a nossa sociedade.
Pedro Girardi
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